Memorial
Artístico – Janaína Abdon Maia - parte 1
Noite
de Natal, 1991, ceia e festa de família. Esperada para o dia 09/01/1992, a
bolsa rompeu antes da hora prevista e eu nasci à meia noite do dia 25 de
dezembro, em Salvador - BA. Devido à data e ao horário, considerados
importantes no calendário cristão, um canal de televisão compareceu ao Hospital
Português para me filmar e entrevistar meus pais, que tímidos e emocionados
quase não falaram. Esta foi a minha primeira “aparição pública”.
Recordo-me
vagamente de algumas peças teatrais que minha mãe produzia para a Instituição
Khalil Gibran e mesmo muito pequena (cerca de dois anos), decorava trechos das
falas, como:
“Meu
Deus, Minha Luz,
De
onde eu vim?
Para
onde eu vou?”
Minha
mãe desenhava, ampliava e pintava os painéis de cada aniversário meu, até eu completar
cinco anos. Também confeccionou algumas
fantasias para mim. Pintava camisas e confeccionava velas decorativas. Eu
“ajudava” em tudo. Tenho nela, uma grande inspiração artística.
Entrei
na escola aos três anos e aos quatro me alfabetizei sozinha lendo revistas em
quadrinhos da Turma da Mônica, que até hoje me encantam. Comecei a ler tudo e
os professores me adiantaram uma série. Em um ano, conclui o Jardim I e o Jardim II. Nenhuma escola quis
aceitar que eu cursasse a 1ª série do E.F com apenas cinco anos, completando
seis, somente quando o ano letivo já estivesse finalizado. Minha mãe e minha
avó, acreditavam que não valia a pena uma “re-alfabetização” pelo método
convencional e sai da escola.
Durante
esse ano, fiz curso de inglês, frequentei a escola Amélia Rodrigues da
Instituição Khalil Gibran e em casa, tinha aulas com minha mãe para exercitar a
mente. Fiz caligrafia, operações matemáticas, interpretação de textos, palavras
cruzadas, jogos de lógica, pinturas e desenhos de revistas prontas e brincava
com massinha de modelar.
No
ano seguinte voltei à escola. Na minha primeira apresentação escolar, eu era a
Primavera. Vestia uma saia branca de papel
came, decorada com algumas flores
de papel crepom e uma cestinha cheia de mais flores de papel. Fui à primeira da
sala a decorar a fala, que apesar de pequena, foi tão importante que ainda
tenho na memória:
“Eu
sou a Primavera,
Que
vem espalhando flores.
E
trago com elas,
Borboletas
de mil cores.”
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