domingo, 2 de junho de 2013

Memorial Artístico – Janaína Abdon Maia

Memorial Artístico – Janaína Abdon Maia - parte 1

Noite de Natal, 1991, ceia e festa de família. Esperada para o dia 09/01/1992, a bolsa rompeu antes da hora prevista e eu nasci à meia noite do dia 25 de dezembro, em Salvador - BA. Devido à data e ao horário, considerados importantes no calendário cristão, um canal de televisão compareceu ao Hospital Português para me filmar e entrevistar meus pais, que tímidos e emocionados quase não falaram. Esta foi a minha primeira “aparição pública”.
Recordo-me vagamente de algumas peças teatrais que minha mãe produzia para a Instituição Khalil Gibran e mesmo muito pequena (cerca de dois anos), decorava trechos das falas, como:

“Meu Deus, Minha Luz,
De onde eu vim?
Para onde eu vou?”

Minha mãe desenhava, ampliava e pintava os painéis de cada aniversário meu, até eu completar cinco anos.  Também confeccionou algumas fantasias para mim. Pintava camisas e confeccionava velas decorativas. Eu “ajudava” em tudo. Tenho nela, uma grande inspiração artística.
Entrei na escola aos três anos e aos quatro me alfabetizei sozinha lendo revistas em quadrinhos da Turma da Mônica, que até hoje me encantam. Comecei a ler tudo e os professores me adiantaram uma série. Em um ano, conclui o Jardim I e o Jardim II. Nenhuma escola quis aceitar que eu cursasse a 1ª série do E.F com apenas cinco anos, completando seis, somente quando o ano letivo já estivesse finalizado. Minha mãe e minha avó, acreditavam que não valia a pena uma “re-alfabetização” pelo método convencional e sai da escola.
Durante esse ano, fiz curso de inglês, frequentei a escola Amélia Rodrigues da Instituição Khalil Gibran e em casa, tinha aulas com minha mãe para exercitar a mente. Fiz caligrafia, operações matemáticas, interpretação de textos, palavras cruzadas, jogos de lógica, pinturas e desenhos de revistas prontas e brincava com massinha de modelar.
No ano seguinte voltei à escola. Na minha primeira apresentação escolar, eu era a Primavera. Vestia uma saia branca de papel came, decorada com algumas flores de papel crepom e uma cestinha cheia de mais flores de papel. Fui à primeira da sala a decorar a fala, que apesar de pequena, foi tão importante que ainda tenho na memória:

“Eu sou a Primavera,
Que vem espalhando flores.
E trago com elas,
Borboletas de mil cores.”


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